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Brasil ganha remédio para malária após 70 anos sem novidades no tratamento

Postado em 12/12/2019



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o registro de um novo remédio para malária: a tafenoquina. Trata-se de uma versão da primaquina, um princípio ativo utilizado há décadas contra a doença.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Rondônia, é a primeira vez em quase 70 anos que temos um novo medicamento contra a malária. Aliás, essa instituição brasileira participou dos estudos clínicos que comprovaram os benefícios da tafenoquina — entre eles, a maior facilidade no tratamento.

Tomada em dose única, a droga age por um período superior a 20 dias, com alta chance de cura total. Isso ajuda na adesão. O esquema tradicional exige seguir um tratamento por até 14 dias. Como a pessoa começa a se sentir melhor durante esse período, tende a abandonar os remédios, o que aumenta o risco de recaída da doença.

A tafenoquina foi aprovada nos Estados Unidos em julho de 2018 — o Brasil é o primeiro país com malária endêmica a autorizar sua distribuição.

Curiosamente, essa droga é conhecida há pelo menos 30 anos. Mas os estudos só deslancharam depois de uma parceria firmada entre a GSK e a organização não governamental, Medicines for Malaria Venture (MMV).

Antes de receitar a medicação, o doutor precisa dosar a atividade de uma enzima, a G6PD, no organismo da pessoa infectada. Se o resultado apontar deficiência no trabalho dessa molécula, uma condição apresentada por 5% dos brasileiros, o remédio é contraindicado.

O que é a malária e qual seu panorama?

Essa infecção é transmitida pelo mosquito-prego, que gosta de regiões de mata. Ela é causada por um protozoário e dispara febre alta, dores de cabeça e calafrios. Nas situações mais graves, o paciente sofre com convulsões, hemorragias, perda de consciência e há risco de morte.

Apesar de distante dos holofotes, a malária ainda não foi controlada. Houve progresso em regiões como o sudeste asiático, mas há muitos casos na África. O Brasil, por sua vez, teve um aumento na incidência da enfermidade nos últimos anos.

Em 2018, o número chegou a quase 195 mil episódios, de acordo com o Ministério da Saúde. Mais de 99% das ocorrências estão concentradas na região amazônica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conduz uma força-tarefa para reduzir a incidência e a mortalidade por malária em 40% no mundo até 2020.

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